sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Paradoxo da Leitura


"O sábio lê livros, mas lê também a vida. O universo é um grande livro e a vida é uma grande escola.
Quanto mais leio mais ignorante fico.  A escolha que hoje se depara a qualquer homem educado é entre a inocência que não lê e a ignorância que lê muito."
Lin Yutang 

Demorei para me manifestar pois, sinceramente, encontro-me perdida ou surpreendida pela avalanche de informações que circulam pela mídia (internet, tv, jornais) e que retratam o momento que vivemos no Brasil.
Tem momentos em que me enquadro na "ignorância que lê muito" muito bem colocado pelo poeta, escritor e tradutor chinês Lin Yutang (1895-1976).  Em tempos de internet, fica difícil discernir a verdade, os boatos (hoaxes), inverdades, mentiras, invenções, teorias da conspiração, etc.
Um pequeno esclarecimento sobre o motivo que me fez lembrar e citar Lin Yutang.  Um dos primeiros livros "mais sérios" que li foi "A Importância de Viver".  Isso numa época em que minha leitura preferida eram Tio Patinhas, Mickey, Os sobrinhos do capitão, Recruta Zero (nossa como estou avançada no tempo, não é?).   Neste livro, Lin Yutang descrevia, num contexto bem humorado e interessante, o modo de viver dos chineses estabelecendo comparações com os costumes ocidentais.  Talvez pela minha descendência oriental (pai japonês), este livro tenha representado uma nova visão para uma adolescente de 12 anos.  Por mais que, naquela época eu não tivesse a capacidade de entender tudo, acredito que alguma coisa entendi e ficou gravada.  Numa das partes do livro, Lin Yutang falava da criação do homem, vista de maneira peculiar e muito legal, a qual eu tive vontade de decorar mas nunca consegui e com o tempo e as muitas mudanças, perdi o livro - daí o DNA (Data de Nascimento Antiga) gritou e não consigo lembrar.  Para ilustrar com o que ainda lembro deste livro e, enquanto não consigo outra edição (aquela que eu tinha era com a capa da primeira edição - 1937), numa das partes do livro, contava que, "hoje em dia para se construir um túnel os engenheiros colocavam uma porção de gente de um lado da montanha e iniciavam a escavação. Mas, no tempo de Confúcio, a coisa era bem diferente. Eles colocavam metade de um lado da montanha e a outra metade do outro lado. Caso eles se encontrassem teriam um túnel. Caso contrário, teriam dois".  E se fosse no Brasil?  Provavelmente ficaríamos sem túnel e sem dinheiro - seria cômico se não fosse trágico.
Tenho visto, ouvido e lido tanta coisa na mídia - tv, jornais, internet - explorando de maneira tendenciosa para os dois extremos - para o bem e para o mal.  Sinceramente, está ficando difícil formar uma opinião concreta.  Acredito que eu e mais alguns milhões de brasileiros se encontram nessa situação - se ficar o bicho come, se correr o bicho pega!
Tenho receio de estar lendo as postagens, vendo as notícias como quem cumpre a obrigação de se manter "antenada" e pelo dúvida que se instala fico quase na esperança de ficar "alienada".  Parafraseando Shakeaspeare: 'Ser ou não ser... eis a questão".
Ler para entender, compreender o momento que estamos vivendo e ter a condição de adotar a melhor opção de vida futura - uma vida de e com a qualidade que temos como direito inalienável.  
Na minha primeira publicação, manifestei o desejo de compartilhar das muitas coisas que gosto mas não tenho tido inspiração para escrever sobre todas as outras coisas pois invariavelmente volto ao tema do momento - os rumos do Brasil.  
Então, dentro da proposta inicial e sem deixar me levar pelo desejo de alienação, vamos procurar no conhecimento adquirido e na experiência vivida alguma forma de entendimento que leve a uma visão positiva e otimista de futuro.
Desejo colocar por escrito o encanto da vida, colocar o sabor da palavra (não vou fazer um livro de receitas, apesar de gostar e muito de comer) para aqueles(as) que compartilhem deste blog, ao acessá-lo desfrutem do seu conteúdo e consigam ver o mundo que nos cerca sob uma ótica otimista.
Quanto ao sabor da palavra, tudo depende da forma de ler.  Que se tenha sabor ou não quando se fala, isto depende do método de leitura. Quando temos sabor no que lemos, repassamos esse sabor nas conversações e isso retorna na forma de um círculo - sabor na leitura > sabor na conversa > sabor na escrita > sabor na leitura.  Então podemos considerar o sabor, ou gosto, como a chave de toda leitura.  Mesmo sendo o gosto seletivo e individual, como o gosto na comida.  A melhor forma de comer é a de comer o que nos agrada, pois só assim podemos ter a certeza de boa digestão.  Quando se lê, como quando se come, o que faz bem a um pode matar a outro. 
E eu que aprecio tanto uma boa comida, face ao que tenho visto e lido ultimamente, estou tendo muita azia!  Mas sou brasileira e não desisto nunca - vamos de sal de frutas que uma hora passa!  Já cantava Nelson Ned - "Mas tudo passa... tudo passará!  E nada fica, nada ficará"












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